Primeira prancha surgiu em 1971. Hexacampeão e maior atleta justifica ter chegado ao topo: 'Ter sido brasileiro'
Tâmega comemora os 40 anos do esporte from Paipo Bodyboarding on Vimeo.
O brasileiro Guilherme Tâmega tem razões de sobra para comemorar os 40 anos do bodyboard. Maior campeão de todos os tempos no esporte, com seis títulos mundiais, o carioca possui 25 anos de carreira, é líder do ranking mundial, mora há cinco anos no Havaí (EUA) e ajuda jovens carentes do Rio de Janeiro a aprender a modalidade. Em entrevista ao"SporTV News", o hexacampeão declarou amor às ondas e admitiu que ter nascido no Brasil o ajudou a se tornar o ídolo que é hoje.
- O fato de eu ser brasileiro foi o porquê de eu ter chegado a tanto. Acho que seu eu fosse australiano ou americano, eu não seria um hexacampeão, não estaria tanto tempo no topo, porque o brasileiro é um cara que começa de baixo, começa sem nada, dá valor às coisas, tem uma raça, um amor diferente, muito maior do que os gringos – disse.
Tâmega passa 100 dias do ano longe de sua casa no Havaí, onde mora há cinco anos. A capital do surfe, nos EUA, foi escolhida pelo atleta como local de preparo para o circuito mundial de bodyboard, que, hoje, conta com oito grand slams em um total de 14 etapas e 32 atletas ao redor do mundo. Cenário diferente daquele há 40 anos, em 1971, quando o engenheiro americano Tom Morey deu origem à primeira prancha de bodyboard ao moldar um bloco de polietileno para ser surfado de peito.
Guilherme Tâmega acredita que ter nascido no Brasil
foi vital para sua carreira (Foto: Reprodução SporTV)
Ao longo destas quatro décadas do esporte, o bodyboard se transformou em competição, disputada nos cinco continentes, e viu Tâmega alcançar o topo da modalidade.
- Em 85 eu vi a prancha de morey pela primeira vez. Teve um cara que quebrou uma prancha de morey na metade e eu peguei a metade para mim. E ali fiquei brincando, depois pedi ao meu pai uma inteira. Quando ganhei uma, começou. Lembro que eu fui na Mesbla (loja), comprei a prancha e vim correndo com os meus irmãos, peguei minha primeira onda. Foi inesquecível – conta GT, que começou a surfar aos 12 anos.
- Começa na brincadeira e vira sério se você tem talento. Comigo foi assim. Eu vi que tinha talento, comecei a me dar bem nas competições. Seis meses depois eu fiquei em segundo em um brasileiro amador. Meu pai viu que eu tinha jeito e ali começou a bola de neve – emenda o hexacampeão.
Quando vem ao Rio de Janeiro, Tâmega aproveita a estadia para visitar o projeto que ajudou a criar, na praia de Copacabana. Idealizado por ele, uma escolinha ensina o esporte a 50 crianças e adolescentes de uma comunidade carente. Para participar, o aluno deve estar matriculado na escola e ter notas boas. O professor, Francirley Ferreira, foi o primeiro aluno do hexacampeão e já desponta como tricampeão do Rio de Janeiro.
- O bodyboard é amor à primeira vista. Se você pegar uma onda você vai se apaixonar e se entregar no primeiro momento. É sem limite, radical. Obrigado por me ter dado tudo na minha vida – declara Tâmega.
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